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Ideias de negócios

Montar empresa de curtume (couro) lucrativa

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Como montar empresa de curtume gastando pouco e sem cometer erros, ganhe muito dinheiro processando couro. Aprenda tudo: investimento, localização, equipamentos, fornecedores, mercado, concorrência, riscos, legislação, mão de obra especializada, captação de cliente, financiamento, atendimento e muito mais…

Curtume

Apresentação

Curtume é a indústria que transforma uma pele animal em couro. Esta transformação, ou seja, os processos pelos quais a pele passa para chegar a couro, denomina-se curtimento.

Curtimento

O curtimento de uma pele varia de acordo com o seu estado de conservação ao chegar ao curtume, raça, idade e sexo do animal ao qual pertencia, bem como a finalidade pela qual será utilizado o couro.
De um modo geral, a tendência dos curtumes é de especializar-se em um ou poucos tipos de curtimento, utilizando-se um só tipo de matéria prima, que pode ser peles bovinas, caprinas, ovinas, suínas, etc.

Mercado

Atualmente o mercado interno de couro passa por difuculdades, já que o cenário das vendas permanece negativo: as dificuldades de comercialização são grandes, com os negócios não encontrando um mínimo de fôlego para reação. O estoques altos são uma tendência facilmente identificada em quase todas as curtidoras, diante do cenário de fortíssima retratação dos negócios, porém o mercado externo parece ser uma boa alternativa, já que esta havendo um aumento nas exportações.

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Localização

É necessário que o curtume esteja localizado próximo dos fornecedores de matéria-prima.

Estrutura

A estrutura básica deve contar com uma área mínima de 80m2, que deverá ser dividida entre a área onde será beneficiado couro e o espaço para o escritório.

Equipamentos básicos

– Máquina de rebaixar ou rebaixadeira;
– Estufa com ar quente;
– Secador a vácuo;
– Máquina de amaciar;
– Prensa Hidráulica
– Móveis e utensílios do escritório, etc.

Investimentos

Irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento, podendo, este variar em torno de R$ 200 Mil.

Pessoal

Irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento, sendo que o número de funcionários pode variar entre 22 a 25.

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Alguns aspectos técnicos do couro

– Constituição Química da Pele (recém tirada do animal).

* Água: 64,0%;
* Proteínas: 33,0%;
* Gorduras: 2,0%;
* Sais Minerais: 0,5%;
* Outras Substâncias: 0,5%.

– Partes da Pele. A classificação brasileira divide a pele em três partes:

1) Grupão: Também chamado lombo ou dorso, é a parte mais nobre, onde existe a melhor textura das fibras. Deve ser destinado para artigos mais nobres, como calçados, napa vestuário, napa estofamento, etc.

2) Cabeça ou Pescoço: Normalmente de espessura maior, deve ser destinada a um artigo que também necessite de uma espessura maior, como é o caso de solas, calçados para esportes, etc.
3) Flancos, Barrigas ou Lados da Pele: Tem uma textura de fibras não tão boa como as outras partes, além de uma menor espessura. Devem ser destinadas a artigos que não exijam muita resistência à ruptura e muita espessura, como forro para calçados.

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– Qualidade do Couro. No Brasil, em conseqüência dos métodos (provincianos) utilizados na pecuária, obtém-se peles de Bovinos de qualidade muito baixa, em razão dos defeitos deixados pelos bernes, carrapatos, riscos de arame farpado, riscos de espinhos das pastagens mal tratadas, marcas de fogo, marcas de ferrão, etc.

Não bastasse os defeitos adquiridos pelo couro, a os provocados pelo mau trato da pele, pelos frigoríficos, que a considera um mero sub-produto não dispensando na esfola e conservação, os cuidados que deveriam verificar.
Os cortes de faca desvalorizam sobre maneira a pele, pois às vezes chegam a atravessá-la deixando furos irrecuperáveis. Mesmo quando estes furos não são tão profundos, ainda assim desvalorizam o couro, pois inutilizam a raspa (crosta) que é um rico sub-produto de couro bovino.

– Os Cuidados a Serem Tomados Para se Obter um Couro de Boa Qualidade.

* Abate. É de fundamental importância que antes do abate, o animal seja submetido a um jejum de água e alimento por 24 horas, em local calmo e arejado. O abate deve ser feito obedecendo à seguinte seqüência:

– Atordoamento do animal: Deve ser feito através de uma pancada firme e forte na nuca;

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– Sangria: Logo após o atordoamento, pendura-se o animal pelas patas traseiras e a seguir faz-se a sangria próximo a garganta (na veia jugular), deixando-se escorrer todo o sangue.

* Esfola . Logo após o abate ea sangria dos animais, inicia-se o Processo de esfola. Esta etapa requer cuidados especiais, principalmente com relaçao à parte nobre da pele. A faca Deve ser usada somente nas etapas iniciais da OPERAÇÃO e até mesmo ASSIM recomenda-se o uso de facas com lâminas curvas. Nas demais etapas, sempre que possivel, DEVE ser usado o punho, procurando acompanhar a aderência da pele do corpo do animal. Para facilitar Essa etapa, recomenda-se o uso de UM Processo que consiste em injetar ar comprimido por via subcutânea, favorecendo o desprendimento parcial da pele.

No sistema tradicional, a esfola deve obedecer às seguintes linhas de corte:

– Linha Mediana: Faz-se um corte a partir do ânus, passando pela barriga até a garganta do animal;

– Linhas Laterais: Faz-se cortes partindo das proximidades dos cascos, passando pelas partes internas das patas dianteiras até a linha mediana e partes traseiras das pernas até o ânus.

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Tanto no sistema tradicional como no processo de ar comprimido, o uso de facas durante a esfola deve ficar limitado apenas às etapas iniciais de uma operação.

* Higienização das Peles. Após a esfola, a pele deve ser lavada com água, tanto do lado do pêlo, como do carnal (lado da pele em contato com a carcaça do animal), para a remoção do sangue, fezes, urina e outros dejetos que porventura encontrem-se aderidas à mesma. Recomenda-se também a retirada de restos de carnes e/ou gorduras presas ao carnal, bem como a remoção das partes que não são aproveitadas pelo curtume, tais como a pele da cabeça, à altura da metade do pescoço, saco escrotal, tetas, prepúcio e patas, que devem ser cortadas cerca de 5 (cinco) centímetros acima dos joelhos.

* Conservação. A conservação nada mais é do que interromper todas as causas que propiciem a atividade dos microorganismos, de modo a preservar as peles nas melhores condições possíveis, até o início dos processos que irão transformá-las, pelo curtimento.

– Conservação por Secagem: Este processo é indicado para regiões de clima quente e de baixa umidade relativa do ar, a exemplo do semi-árido do Nordeste. Existem 3 maneiras de se preparar as peles por secagem, que são:

a-) Espichamento com Varas. Processo tradicionalmente utilizado no Nordeste. A operação poderá ser efetuada com doze varas sempre dispostas pelo lado do pêlo, para evitar marcas no lado do carnal.

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b-) Espichamento com Ganchos de Fixação. Neste processo recomenda-se o uso de um quadro de madeira de 1,20 m X 1,45 m. Os ganchos deverão ser fixados de maneira adequada sobre a pele, e para isso, efetuam-se pequenos furos nas extremidades da pele, suficientes apenas para introduzir os ganchos. Com o auxílio de ligas de câmara de ar ou similares, traciona-se a pele leve e uniformemente, em todas as direções, para que esta conserve suas características naturais, de tamanho e formato. Para maior comodidade, os ganchos poderão ser substituídos por garras de pressão, dando a pele a mesma condição de espichamento que os ganchos proporcionam.

c-) Espichamento Sobre Saco de Aninhagem. Para este processo recomenda-se o uso de uma tela de saco de aninhagem nas mesmas dimensões do quadro de madeira recomendado para o processo de espichamento com ganchos de fixação. É importante que a estopa não tenha furos grandes ou costuras grosseiras, a fim de proporcionar uma secagem uniforme. A operação de espichamento deve ser precedida do umedecimento da estopa, para uma melhor aderência da pele à mesma. O espichamento consiste em distender a pele, sem dobras, com o canal voltado para a estopa. O processo de secagem em sacos de aninhagem somente é recomendado para peles de ovinos e caprinos deslanados.
Em todos os três métodos empregados a secagem deverá ser procedida à sombra, em local ventilado. Durante a secagem, as peles deverão permanecer em uma inclinação de aproximadamente 45 º em relação ao plano horizontal. Após dois dias as peles estarão prontas para serem armazenadas.

– Conservação por Salga. Pode ser feito de duas formas:

a-) Salga A Seco. É um processo de fácil operacionalização e é o preferido pelos curtumes, porém requer maiores cuidados durante a fase de armazenamento. É recomendado o uso de um estrado baixo, confeccionado em madeira.
O sal usado na salga de peles deve ser fino e limpo, esta operação deve ser procedida em ambiente cimentado e abrigado do sol. Recomenda-se usar uma quantidade equivalente a 50 % em relação ao peso da pele fresca (aproximadamente 1/2 Kg para cada pele). Sobre o estrado de madeira estende-se a pele com o pêlo voltado para o estrado e a seguir espalha-se o sal sobre o carnal.

b-) Salmouragem. Esse processo é indicado para peles destinadas a exportação. A salmoragem é executada em tanques, tinas ou baldes com a salmoura a 24 º Bé (salmoura saturada) durante 8 a 12 horas. Após este tempo, retiram-se as peles do banho e deixa-se escorrer o excesso de água.

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– Conservação de Curta Duração. É um processo baseado na aplicação de bactericidas e fungicidas, por pulverização ou por imersão. São utilizados vários produtos como pentaclorofenato de sódio, cloreto de zinco, clorito de sódio, etc.
Deve ser considerado que o efeito inibidor do desenvolvimento de microorganismos dura poucos dias (até 2 a 3 semanas), justificando, na maioria das vezes, a utilização de outra forma de conservação.
Alguns autores questionam o uso destes preservantes, acreditando que possam trazer influências negativas à pele depois de curtida.

– Conservação por Resfriamento. As peles podem ser conservadas por resfriamento, iniciando o condicionamento até + 3ºC e depois levadas à temperatura de – 1ºC que deve permanecer constante. Neste tipo de conservação, as peles podem permanecer durante um mês.
O congelamento de peles é condenado por alguns autores, por acreditarem que os cristais de gelo rompem a estrutura de colágeno de que são constituídas as peles. Outros não aceitam esse critério por não ter sido devidamente demonstrado o efeito do congelamento.

* Armazenamento. O local destinado ao armazenamento deve ser fechado, cimentado e permitir uma ventilação moderada. As pilhas do produto devem ser adicionadas sobre estrados de madeira.
As peles em conservação, tanto por salga como por secagem, devem ser empilhadas carnal com carnal e pêlo com pêlo. Para peles conservadas por secagem, o empilhamento não deve ultrapassar a um metro de altura e deve ser precedido de um tratamento com inseticidas em pó. No caso de peles salgadas, a altura da pilha deve ser no máximo 30 cm, e deve ser revolvida periodicamente, para facilitar maior aeração.

O processo de curtimento segue as seguintes etapas:

– Remolho. As peles conservadas devem ser reidratadas, onde a água perdida durante o processo de conservação é reincorporada. As peles destinadas ao curtimento devem estar isentas de carne, gordura, terra, sangue, urina, fezes, etc.

– Caleiro. Nesta fase, são utilizados dois produtos químicos (Cal Hidratada e Sulfeto de Sódio), que promovem o entumescimento da pele, pois determinam um PH de aproximadamente 12. É empregado um volume de água de 400 % em relação ao peso das peles. O tempo de duração desta etapa varia de 18 a 24 horas. O fulão roda a uma velocidade de 4 rpm durante 5 minutos a cada 2 horas.

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– Desencalagem. Nesta etapa, procura-se remover toda Cal e Sulfeto de Sódio que se encontram no interior das peles, através do emprego de desencalantes como Cloreto e Sulfato de Amônio, Bissulfito de Sódio, assim como ácidos orgânicos como o Lático, Fórmico e Butírico. O PH diminui a valores próximos de 7,0 , o que determina o desentumescimento da pele. O controle da desencalagem é feito aplicando o indicador fenolftaleína no corte em um pedaço da pele. A reação deve ser incolor.

– Purga. É a operação onde a pele é submetida à ação de enzimas proteolíticas para a limpeza da estrutura fibrosa.
A purga, associada a um bom caleiro e engraxe, desempenha um papel importante na maciez das peles.

– Píquel. O volume do píquel é de aproximadamente 100 % de água em relação ao peso das peles.

– Curtimento. As peles preparadas no píquel recebem o produto curtente que irá transformá-las em material imputrescível (que não apodrece). O curtente mais utilizado na indústria é o sulfato de cromo com 33 % de basicidade. O curtimento é realizado durante aproximadamente 8 horas. A velocidade do fulão de curtimento é de 8 rpm. Após a penetração do curtente, deve-se fazer a basificação com bicarbonato de sódio até PH 3,8 – 4,0.

– Cavaletar. Após o curtimento, os couros são empilhados , permanecendo em repouso durante 24 horas. Nesta etapa, a pele está curtida e é denominada “wet-blue”

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– Recurtimento, tingimento e Lubrificação . O recurtimento é UM tratamento que os Couros recebem após terem sido curtidos. Os recurtentes pódem ser de Origem mineral, vegetal ou orgânica. Após o curtimento, os Couros São tingidos e engraxados. O recurtimento é feito em Fulô com velocidade de 15 rpm. O volume é de 50 a 100% em relaçao ao peso das peles. A água Deve ser aquecida a umha temperatura de 45 a 60ºC.

– Secagem e Amaciamento. Após o recurtimento, os couros são estendidos ou pendurados à sombra para a secagem natural. Após a secagem, devem ser parcialmente reumedecidos e amaciados.

– Acabamento. O acabamento é feito com aplicação de resinas e lacas através de pulverização com revólver.
É necessária a prensagem com chapa aquecida para realçar o brilho. Esta operação é executada utilizando o equipamento denominado prensa hidráulica.

Legislação Específica

Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
– Registro na Junta Comercial;
– Registro na Secretária da Receita Federal;
– Registro na Secretária da Fazenda;
– Registro na Prefeitura do Município;
– Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)
– Registro no Sindicato Patronal;

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O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
Os curtumes estão sujeitos a fiscalização do Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura Estadual, Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e IBAMA.

Entidades

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária: http://www.anvisa.gov.br

SINDICOURO – Sindicato da Indústria do Curtimento de Couros e Peles no Estado de São Paulo

ABICOURO – Associação Brasileira das Indústrias do Couro

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Referências:
Sebrae – Serviços de Apoio as Micros e Pequenas Empresas, IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – São Paulo, Datafolha – Instituto de Pesquisas Grupo Folha, IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, Wikipédia, Jornal Estadão, Jornal Folha de S.Paulo, Jornal O Globo, Revista Exame, Revista Veja, MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MMA – Ministério do Meio Ambiente, MME – Ministério de Minas e Energia, MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.Copyright © Emprega Brasil – É proibido a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização.
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